Reassentamento no Parque Nacional do Limpopo dinamiza o desenvolvimento das comunidades

 

O Administrador do Parque Nacional do Limpopo, em Gaza, Francisco Pariela, considera que a transferência das comunidades do interior para as zonas tampão do parque deve ser vista como uma oportunidade para dinamizar o desenvolvimento das próprias comunidades, com o melhoramento dos meios de vida e de subsistência das famílias.

Francisco Pariela fez estas declarações à margem da cerimónia de inauguração, na quarta-feira, dia 15 de Abril de 2021, da Unidade Habitacional na Vila de Salane, distrito de Chicualacuala, na província de Gaza, que vai beneficiar um total de 140 famílias transferidas de Makandazulo.

“Nós não estamos a obrigar as famílias a saírem do interior do parque, simplesmente demonstramos a elas que, o reassentamento é uma oportunidade para melhorar as condições de vida, não apenas pelo acesso a casas resilientes, mas também com a implantação de infra-estruturas sociais como escolas, hospitais, sistemas de abastecimento de água potável, que por razões ambientais não podem estar dentro de uma área de conservação”, explicou o Administrador.

Francisco Pariela esclareceu ainda que a criação de uma área de conservação visa a preservação da biodiversidade e a promoção do desenvolvimento das comunidades locais.

Este desenvolvimento só é possível com a geração de receitas, através da prática de turismo baseado na natureza, que requer, em primeira instância, a proteção dos recursos existentes dentro de uma área de conservação.

Administrador do Parque Nacional do Limpopo, em Gaza, Francisco Pariela, explicando os detalhes do processo de reassentamento ao Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.

O Administrador explicou que o reassentamento é um processo que requer o engajamento das próprias comunidades, por isso, depois da conclusão das obras em Junho de 2020, foram criadas as condições de segurança alimentar e meios de subsistência para o sucesso da transferência das

famílias, nomeadamente, 8 fontenarias e 4 tanques de 10 mil litros de água cada, 140 kits de iluminação solar, 140 hectares para agricultura de sequeiro, 25 hectares para agricultura de irrigação, cesta básica com gêneros alimentícios da primeira necessidade, cujas quantidades variam de acordo com o número de membros do agregado familiar.

Para além das infra-estruturas primárias entregues, as famílias receberam compensações em valores monetários para viabilizar a construção de infra-estruturas secundárias como as capoeiras, celeiros e para o plantio e reposição de árvores fruteiras, perdidas devido a movimentação.

A comunidade de Makandazulo é a quarta a ser reassentada, depois de Nangane, Macavene e Massingir Velho, o equivalente a um total de 625 famílias reassentadas, de um total de 1.200 famílias estimadas no início do programa em 2003.

A perspectiva é de ressaltar, ainda este ano, a Comunidade do Posto Administrativo de Mavodze, no Distrito de Massingir.

Embaixador de Alemanha reafirma a continuidade do apoio ao programa de reassentamento

O Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Federal da Alemanha em Moçambique, Lothar Freischlander, reafirmou a continuidade do apoio ao programa de reassentamento das comunidades que residem no interior do Parque Nacional do Limpopo.

“Estamos muito felizes, pois o governo alemão contribuiu para a construção das infra-estruturas aqui presentes, e isto é importante para o desenvolvimento, não só do parque, mas também das pessoas que vivem ao redor. É nossa intenção continuar a financiar o processo de reassentamento, porque este é um exemplo de como a vida de muitas comunidades do PNL pode melhorar futuramente”, realçou.

O engajamento da Alemanha no processo de reassentamento visa, segundo o Embaixador, a conservação da natureza e do ambiente, tomando em conta as necessidades das pessoas. “Não podemos preservar a natureza sacrificando a vida das populações” concluiu. 


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