O miserabilismo como fonte de riqueza odiosa

Por: Egidio Vaz

A pobreza de dados estatísticos sobre Moçambique é responsável por posicioná-la em lugares finais dos rankings mundiais. Associado a este facto está igualmente o negócio da pobreza, que consiste no empobrecimento consciente de Moçambique em várias narrativas de diversos organismos multilaterais e até de estados hegemónicos. Tal acontece por dois motivos:
Primeiro, por razões de “proteção do emprego” dos seus funcionários (mais pobreza significa mais técnicos e mais dinheiro em projectos e programas nesse país ao passo que menos pobreza significa diminuição de dinheiro e por isso de empregos). Por exemplo, quando os países apoiantes ao orçamento do estado fecharam as portas a Moçambique no quinquénio prestes a terminar, esse dinheiro não saiu de Moçambique nem o caudal dos funcionários diminuiu. Através de artimanhas internas de cada estado ou organismo, o sistema reorientou o dinheiro paras as ONG Internacionais funcionando em Moçambique ou para as ONGs locais. Não é por acaso que entre 2016-2019 surgiram organizações não-governamentais nacionais que, no seu primeiro mês, já estavam a gerir um orçamento equiparável a uma direção nacional. Portanto, nenhum “oficial de programa” estava interessado em dizer a verdade ao seu país e nenhum embaixador queria ver seu orçamento diminuído por conta desse fechamento. Consequentemente, as ONGs locais foram inundadas de dinheiro para combater o estado moçambicano.
Segundo: o sistema internacional, incluindo o das Nações Unidas, gosta de pauperizar os esforços de desenvolvimento dos países pobres “trocando sempre” as balizas. Se se recordar, há uma década a pobreza era medida pelo consumo de calorias ou um dólar ao dia. Agora, tais calorias mudaram e o dólar foi ajustado. Em certas ocasiões são dois por dia e noutras cinco dólares/dia.
NO FUNDO, DUAS RAZÕES:
São relatórios que buscam mobilizar a desestabilização social e política; uma espécie de continuidade da colonização por outros meios e desta, psicológicos, ao pretender sugerir que nestes estados, as lideranças nada fazem para o bem-estar da população. Preenchendo esta narrativa, sugerem-se mudanças onde os seus arautos são geralmente os fantoches e paus mandatos dos seus patrões, portadores de metanarrativas estranhas.
Segundo, num ambiente mais largo, as condições de pobreza da maioria dos estados do mundo ajudam os países ricos a não admitir os pobres à mesa das grandes decisões, como se a condição financeira fosse bastante para os tornar acéfalos.
CONCLUINDO
As estatísticas miserabilistas e suas narrativas são, por assim dizer, mais um braço opressivo da ordem mundial que, instrumentalizado, serve de motor acelerador da desestabilização global.
Existe uma outra narrativa superadora, que consiste em observar os reais desenvolvimento no terreno à luz do que é possível fazer dentro deste sistema-mundo excludente e cínico onde as causas da pobreza e a arquitectura da ajuda nunca são abordadas com franqueza e verdade.
Como país, em apenas 40 e pouco anos, demos passos gigantescos comparado com todo milênio e meio que antecedeu a independência. Devemos nos orgulhar disso. E usar essas conquistas como motor e inspiração para trabalhar ainda mais em prol da normalização das nossas vidas.

Frelimo

Unidos, Fazemos Moçambique Desenvolver 

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