Costa do Sol é o novo campeão nacional de futebol

O sol brilhou alto no ninho do canário. A “la décima” chegou, 12 anos depois da última conquista, naturalmente depois de uma goleada imposta à rival União Desportiva de Songo, por 4-2. O Costa do Sol sagra-se campeão virtual do Moçambola 2019, quando falta uma jornada para o final da prova. Foi coroado ainda com o melhor marcador da competição, Eva Nga, que chegou aos 24 golos
Em tarde de chuva e sem sol... o sol acabou brilhando para as hostes “canarinhas”, com a conquista do 10º título de campeão nacional, ao cabo de 29 jornadas. O Costa do Sol entrou para a partida de ontem, diante da União Desportiva de Songo, com vantagem de três pontos e bastava um empate sem abertura de contagem ou a um golo para encomendar as faixas que iria vestir na última jornada, diante do Ferroviário de Nampula.
Houve festa nas bancadas, na tribuna, no banco técnico e no relvado, mal o árbitro do encontro, Zefanias Chijamela, apitou pela última vez, num jogo que teve um pouco de tudo, desde emoção ao rubro, momentos de tensão, muito contacto físico, nervosismo e, acima de tudo, festa de golos.
Entrar a marcar e esperar pelo finalAinda se estava a olhar para o céu cinzento e a sentar-se nas bancadas, quando veio o primeiro grito de alegria no campo do Costa do Sol, com golo de Isac, o capitão, a aproveitar um mau posicionamento dos defesas adversários, para abrir o marcador. Até porque se esperava-se que fosse a União Desportiva de Songo a marcar primeiro, mesmo para forçar o Costa do Sol a correr atrás do prejuízo. Mas tal como no jogo anterior, diante do Ferroviário de Maputo, os “hidroeléctricos” entraram apáticos e nervosos, cometendo muitos erros, principalmente na defensiva, o que acabou prejudicando a equipa, que sofreu ainda nos primeiros minutos.
Foi necessário assentar o seu futebol no relvado, pensar melhor e buscar espaços para visar a baliza adversária, e Luís Miquissone, ajudado por Chico, conseguiu restabelecer a igualdade. Ajudado sim, porque o seu remate, aos 26 minutos, embateu no defesa “canarinho” e traiu o guarda-redes Victor.
Depois do golo, os “hidroeléctricos” continuaram a correr, procurando o segundo, que poderia enervar os jogadores do Costa do Sol. Afinal, um empate a dois golos poderia significar deixar tudo em aberto para a última jornada. Mas não foi isso que aconteceu, porque as tremedeiras na defensiva eram maiores em relação à ambição de marcar golos para superar o seu adversário, isso porque seis minutos depois voltou a ceder. Desta vez, os papéis inverteram-se e foi Isac a servir de bandeja a Chawa, que rematou para o primeiro poste e bateu Leonel pela segunda vez.
O resultado já era desfavorável para a União Desportiva de Songo, tal como o sol não queria brilhar para o Costa do Sol, uma vez que a chuva não cessava. Mas não foi preciso mais, pelo menos na primeira parte, tendo em conta que as emoções estavam reservadas para a etapa final.
Mais golos de encher o olho
A segunda parte foi ainda mais emocionante para os espectadores. Não esperavam que o espectáculo atingisse aquele nível de emoção. Foram três grandes golos vistos nessa etapa final, nomeadamente, por Chawa, Eva Nga e Luís Miquissone.
Foi o malawiano a levantar os adeptos nas bancadas, aos 56 minutos, num exímio golo de livre, a deixar pregado o guarda-redes Leonel, que só ficou a olhar para a bola a anichar-se nas malhas. Um golo ao estilo de Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi. Um momento de pura emoção e vibração, a dar o último aviso para o voo final e fatal do canário.
O canário acabava de derrubar a torre da HCB e deixava um apagão na vila de Songo. Mas não era tudo, era preciso confirmar que não mais se iria restabelecer a energia dos “hidroeléctricos” e essa missão coube ao suspeito do costume, Eva Nga, que parte em posição suspeita de fora de jogo, mas porque a equipa de arbitragem nada assinalou, o camaronês galgou terreno, entrou na área e rematou. Leonel ainda defendeu o primeiro remate do melhor marcador do Moçambola, mas porque a veia goleadora do “canarinho” está em dia, foi à recarga e apontou o quarto golo da sua equipa.
Era o sentenciar do jogo e o campeão já estava indicado.
Nos festejos do golo, Eva Nga foi ousado, despiu a camisola e o calção e recebeu a cartolina vermelha do árbitro Zefanias Chijamela e foi tomar banho mais cedo.
Nem mesmo o outro golo de luxo da tarde, a imitar Chawa, de Luís Miquissone, também de livre, a receber aplausos dos adeptos, até adversários, conseguiu reerguer a torre derrubada pelo canário.
Título bem entregue
O título de campeão nacional da edição 2019 do Moçambola 2019 está entregue à equipa mais regular durante toda a temporada, uma vez que perdeu menos jogos, nomeadamente três, venceu mais jogos, 20, e empatou seis. Foi a equipa mais concretizadora do campeonato nacional, com um total de 55 golos, dos quais 24 da autoria de Eva Nga, e é a segunda equipa que menos golos sofreu, 23, sendo batido apenas pelo Ferroviário de Maputo, que sofreu 21 golos.
Os “canarinhos” foram, além do mais, a equipa que mais se reforçou no início da época, bem como no mercado de inverno, com chegada de jogadores como Eva Nga, Stephen e mais tarde Johane, que fizeram a diferença, numa equipa que teve uma liderança exímia do capitão Isac e do seu treinador, Horácio Gonçalves.
Conquista o seu 10º título, depois de ter festejado em 1979, 1980, 1991, 1992, 1993, 1994, 1999/2000, 2000/01 e 2007, pela última vez, e iguala o Ferroviário de Maputo na lista dos mais vencedores do principal campeonato nacional.
Frelimo 
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